Novembro – 2011
Não demora, eu quero, agora, que é como se você fosse uma lâmina para me lapidar e jogar fora os pedacinhos de dor e me machucar me cortar me deformar, eu quero, eu quero, eu preciso, como um alcoólatra precisa de um gole, como um viciado precisa de um tiro. Eu quero essa anestesia momentânea, esse calmante para minhas dúvidas, me vira do avesso, me faz sangrar sangue suor estrelas qualquer coisa seu nome pra eu me desfazer na sua carne, na sua pele, porque dói demais e é tão bom porque é só doendo que não dó mais, pra você ter o meu coração nas mãos e esmagá-lo pra ele estourar, aquele sopro de vida que bate, bate, bate, arrebenta e eu sinto que o meu corpo é uma folha de papel amassada, minha mente finalmente fica quieta e eu só sinto, como eu deveria ser, obedecendo aos instintos que me dominam e aos quais eu quero me render, então não vai embora, não pára, que eu quero mais mais mais mais até eu te sugar pra dentro de mim e vamos estar nós dois perdidos na minha escuridão absoluta onde só existe desejo e dor, quando tudo se acaba no instante em que sentir se torna insuportável e só tem morte em cada poro e não dói mais.
(vem aqui me abrir como se eu fosse uma noz)