Agosto – 2013
Nunca ninguém morreu de amor. Eu não vou ser a primeira.
Vai doer em cada célula e cada átomo e cada vazio e perfurar por dentro como aquela lâmina de sangue e vidro que preenchia meus pesadelos.
Vai doer como só essas coisas doem.
Mas estou viva, vou sobrevivendo.
Sempre fui forte, já perdi muita gente.
Já passei por coisas piores.
Eu vou indo calejada e toda retalhada mas vou me cicatrizar inteira.
Nem te mando a conta dos banhos de sal que vou tomar para curar cada ferida.
Depois daqui, pode deixar. Você não precisa mais saber de mim.
Nem se quiser.
Nem se pedir.
Até lá, vou sobrevivendo.
Nunca ninguém morreu de amor.
Eu. Não. Vou. Ser. A. Primeira.