Foram 22 dias, 5 países, 8 cidades. 22 em que eu nem comi, nem dormi, nem tomei banho direito… E nunca fui tão feliz. É a sensação de se conhecer cada vez mais. É estar cercada de gente cheia de vida, de histórias, de energia, pra te impulsionar. Atirando-se ao mar, a existência passa a fazer sentido. Viajar é a única coisa que realmente faz sentido na vida.
Já dizia o poeta, e não é a toa. Lançando-se ao desconhecido, encontramos propósito. A nossa existência passa a ter o dobro da força, porque ela não está atrelada ao que ficou em terra; ela passa a importar por si só. Ainda que seja a custa de tantas mortes, perigos e tormentas, como dizia o Velho do Restelo, as lágrimas são um preço até justo a se pagar para encontrar o sentido de se estar aqui, neste momento. Navegar é preciso. Viver, nem tanto.
No lugar do coração, eu tenho uma bússola. E ela está apontando sempre para o norte, sempre pra longe, sempre para mais perto de mim. Eu só sinto a minha alma, quando ela está em movimento.