O meu Março foi um pedido da alma que ecoou em todos os cantos do universo e voltou pra mim com gosto de sal e cheiro de mar. Justamente quando eu mais precisava, foi trazer um pouquinho de magia de volta para a minha vida, iluminando os cantinhos com a luz sincera dos vagalumes. Nos seus braços, eu encontrei dentro de mim um quartinho fechado cheio de paz interior, transbordando até a tampa, a calma das incertezas, da confiança no acaso, de viver a vida com leveza e sem culpa. Foram horas de devaneio olhando o mar – as ideias, o mundo, as viagens, a vida, o desejo por dentro. O desejo por fora, que se chocou em beijos trôpegos, cheios de areia, cheios de paixão, a pele castigada pelo sol encontrando bálsamo em banhos de mar noturnos. Eu mergulhei no mar, mergulhei em mim, mergulhei nele. Da areia até o céu claro de estrelas, houve um sem fim de desejos entre dois vagabundos que a fórmula do acaso uniu, abençoados por Iemanjá e a lua dos amantes.