Nos conhecíamos há um tempo, sempre nos damos bem, mas por questão de timing, nunca tinha acontecido nada. Até que um dia, num bar comemorando o aniversário de um amigo em comum, ele se aproximou com ares de business e me perguntou se eu queria jantar com ele na próxima semana. Eu, que não sou convidada para jantares com tanta frequência assim, concordei. Fiquei espantada quando ele pediu o meu endereço para ir me buscar.
A noite foi uma delícia. O papo foi leve, divertido, despretensioso. Ele ouvia atentamente tudo que eu tinha a dizer, sempre me encorajando a dar mais detalhes. O seu senso de humor quase me fez cuspir o vinho depois de uma tirada particularmente sarcástica. A comida estava deliciosa, eu saí de lá com a cabeça enevoada de álcool, pensando que eu jamais imaginei me divertir tanto em um encontro assim tão como manda o figurino.
Ele me perguntou se eu já queria ir pra casa ou se queria esticar a noite em algum bar. Eu, que tenho pouca paciência quando se trata de conseguir o que eu quero, sugeri que tomássemos um drink em casa mesmo. Ele sorriu de lado, arqueou as sobrancelhas, parecendo satisfeito com o fato de eu ir direto ao ponto.
Na volta pra casa, ele repousou a mão na minha coxa enquanto o farol estava fechado. Eu olhei para ele e mordi meu lábio. A tensão sexual era palpável, e eu já não estava mais preocupada em como a gente ia fazer pra passar do clima de só amigos. Mas como é do meu feitio querer apimentar as coisas, fiz com que a mão dele subisse mais pela minha coxa, debaixo do meu vestido. Ele então se inclinou no banco e me beijou. Um beijo intenso, e insistente. Nos separamos quando o carro de trás buzinou. O farol tinha aberto há um tempo e nem tínhamos notado.
***
Pulamos o drink e fomos direto pra cama. Ele segurava os meus braços contra o colchão, investindo o corpo contra o meu, passando a língua pelo meu pescoço, mordendo, até chegar no meu ouvido.
– Eu quero te chupar.
Minha resposta atrevida se perdeu na garganta porque eu estava ocupada demais sentindo a onda de excitação que desceu do baixo ventre até o meu clitóris.
– Me fala o que você gosta. Você sabe que eu não vou parar até você chegar lá.
Eu sorri, porque se eu conhecesse aquele lado dele já tinha esquematizado este encontro há muito tempo. O instruí, dizendo como gostava e ele prestou atenção do mesmo jeito que fez durante o jantar. Depois, sumiu debaixo do lençol.
Ele seguiu as minhas instruções como se fosse um manual que ele sabia de cór. Passava a língua devagar, ia me sugando de leve, aumentando o ritmo com tanta precisão que ele parecia adivinhar qual era o próximo passo. Eu fiquei tão molhada que tinha certeza que tinha encharcado o lençol, e ele não parou até que eu soltei um gritinho, investi os quadris contra a boca dele, sentindo cada onda do orgasmo invadir meu corpo enquanto ele acompanhava as pulsações me penetrando com os dedos.
Eu fiquei paralisada, atônita com aquela demonstração de habilidade. Mas não parou por aí. Quando ele subiu de volta, estava ofegante, se esfregando em mim, parecia que queria me engolir. Senti o seu pau na minha entrada, provocando de leve, enquanto ele mordia o lóbulo da minha orelha. Eu estava muito sensível e gemi baixinho, abrindo as pernas. Ele grunhiu.
– Dá pra mim. – Ele ofegou no meu ouvido. – Dá gostoso pra mim, vai.
Teria respondido “com o maior prazer”, mas não deu, porque logo em seguida ele me invadiu, fazendo com que eu arqueasse a espinha, cravando minhas unhas nas costas dele. O sexo durou um tempão, e ele não parou até me fazer gozar de novo. Ele colocava toda a dedicação e foco a cada movimento. Quando acabou, eu senti que meu cérebro tinha virado uma geleia. Não tinha sobrado nem um neurônio para contar a história.
Aliás, minto. Sobrou um para que eu pudesse dizer, grogue de sono:
– A gente vai ter que fazer isso de novo.
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