Libra

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– Eu disse nada de celular. – Ele me repreendeu, entrando na hidromassagem.

– Desculpa, desculpa, eu tava só mandando uma mensagem. – Eu expliquei só a metade, quando a verdade inteira era “eu tava contando pra uma amiga o que está acontecendo porque não vou conseguir guardar só pra mim”. Ele colocou as taças ao lado da hidro, cada uma com duas framboesas e duas folhinhas de hortelã congeladas. Eu sorri enquanto ele enchia as duas de champanhe. Com ele era sempre assim, sempre coisas belas e coisas boas. E toda vez que eu comentava do seu bom gosto, ele respondia com um, “lógico, eu gosto de você”.

Ele deu um golinho do champanhe e eu coloquei o celular de lado. Ele me abraçou por trás, beijando minha nuca com os lábio gelados. Senti um arrepio cortando a minha espinha.

– A água tá muito boa mesmo.

– Eu falei. – Foi a minha resposta, enquanto eu sentia um segundo arrepio me atravessar quando ele passeava as mãos pela minha cintura, por cima do maiô. Olhei para as luzes da cidade sob a névoa do outono, as estrelas faiscantes acima. Lá estava eu, bebendo champanhe dentro de uma hidromassagem num terraço na companhia de um homem que parecia ter saído dos meus sonhos. Aquela viagem parecia pertencer à vida de outra pessoa, como se fosse uma realidade paralela.

O que não significava que eu não ia aproveitar.

Bebi um pouco do champanhe, deixando as bolhinhas fazerem cócegas no meu céu da boca até derreterem. Me virei, colando nossos corpos. Nos beijamos com gostinho de framboesa e hortelã, a água quente da hidro e a primeira dose de álcool da noite fazendo todos os meus músculos relaxarem.

Ele sorriu no beijo, dizendo que tinha esquecido da música. Alcançou o controle remoto, ligando o som e fazendo tocar uma das minhas músicas preferidas. Eu fiquei boquiaberta.

– É essa, né? – Eu fiz que sim com a cabeça. – Eu prestei atenção, tá vendo?

Ele se sentou do outro lado da hidro, dando mais goladas do champanhe, enquanto a gente retomava a conversa da tarde sobre os nosso tempos de rebeldia no ensino médio. Em dado momento ele mordeu o lábio, balançando a cabeça de vergonha. O charme dele era tão cativante que era quase insuportável, e eu só conseguia pensar, “ai, meu Deus, eu acho que eu tô apaixonada, fodeu”.

A mistura de não querer ficar sozinha com meus pensamentos por mais nenhum segundo e um desejo súbito de correr minhas mãos pelos braços dele me fez atravessar a hidro num impulso. Eu me sentei no colo dele, colocando as mãos espalmadas pelos ombros, descendo pelos braços bem torneados, até a barriga bem definida. Fiquei me perguntando se algum dia ele deixaria de me fascinar tanto. Explodi uma framboesa na boca antes de beijá-lo outra vez. Piscina, banheira, hidromassagem e afins sempre tiveram o dom de me provocar uma injeção de libido, e estar ali no colo dele certamente piorava a situação.

Nos beijamos por muito tempo. Ele segurava as laterais do meu rosto enquanto me provocava com mordidinhas. Eu podia sentir sua ereção dentro da sunga, se esfregando contra o meu maiô, e ficava cada vez mais zonza. Investia o meu corpo contra o dele, passando as unhas pelo seu couro cabeludo e puxando os cabelos curtos. Ele sabia me deixar impaciente.

Eu estava praticamente soluçando de desejo na boca dele quando ele finalmente resolveu fazer alguma coisa. Inverteu nossas posições, me pressionando contra a parede da hidro com aqueles braços de dar inveja em qualquer rato de academia. Olhou fundo nos meus olhos, aquele olhar cheio de tesão e malícia, mas sempre com um fundo de ternura, e subiu as mãos pelas coxas, me fazendo tremer de levinho.

Puxou a lateral do maiô para o lado, me deixando exposta. Eu estava pulsando e gemi sem querer quando ele passou o dedão por toda a extensão da minha boceta, de cima pra baixo. Me agarrei nele, cravando minhas unhas nos seus bícepes enquanto ele ia fazendo círculos no meu clitóris bem devagarzinho. Passou o indicador por toda a fenda até chegar na minha entrada, me penetrando de levinho, para recomeçar todo o processo. Ele continuou até que eu o beijei com força, e ele enfiou dois dedos de uma vez dentro de mim. Logo seus dedos acharam aquele ponto mágico (como ele sempre conseguia encontrar tão rápido? Devia fazer um mapinha e vender na Internet, com certeza meus outros peguetes se beneficiariam) e em um minuto eu estava pregada na parede da hidro, completamente desmontada. Alcancei as alças do meu maiô e desamarrei desajeitada, querendo me livrar daquilo logo.

Ele me ajudou a tirar o maiô, e desceu os lábios pelo meu pescoço e colo, chupando, mordendo marcando, bem devagar. Minha pele estava queimando, e ele queria diminuir o passo? Quando ele tomou um dos meus mamilos na boca, eu quase gritei, puxando os cabelos dele. Ele riu de leve.

– Água te deixa maluca mesmo.

– Eu avisei. – Eu resmunguei, puxando os quadris dele para perto sem muita coordenação. Ele segurou minha cintura, me encaixou no seu colo e começou a me penetrar. A água deixava tudo mais difícil, tirando um pouco da lubrificação natural, e fazendo com que a invasão doesse um pouquinho. Eu estava tão excitada que aquilo só me deixou com mais tesão.

Eu o abracei, sentindo meu corpo vibrando no dele, cada investida me causando uma dor deliciosa. Só conseguia lembrar de um amigo dizendo pra mim “o amor dói”, enquanto eu lambia a pele molhada dele, querendo registrar cada detalhe daquele momento nas minhas memórias.

Gozei enquanto olhava para as estrelas, ele segurando o meu corpo firme em cada espasmo. Encostei minha testa no ombro dele, relaxando meu corpo trêmulo, sentindo minha pele reverberar. Só conseguir pensar que paixões podem até não durar pra sempre.

Mas elas nos fazem viver uma vida em cada dia.

 

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