Gêmeos

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Fiz um barulhinho de impaciência no fundo da garganta, e ele riu da minha cara. Não que eu não estivesse me divertindo. Estava, inclusive bastante. Mas a brincadeira estava virando tortura.

Eu estava de quatro na cama, as costas arqueadas. Minhas mãos estavam firmemente amarradas na altura do pulso. Meus olhos vendados.  Completamente nua, exceto por uma calcinha toda de renda preta. Ele passou as mãos pela parte de trás da minha coxa, demorando-se na minha tatuagem. Arrepiei.

–  Caralho, amor. Você tá muito gostosa assim.

Eu ri. Mas continuava impaciente.

– Tá se divertindo aí? Que bom que um de nós está, agora dá pra ir logo com isso?

Ele beijou uma das covinhas das minhas costas. Depois, passou a língua por ali. Eu gemi alto. Com a venda nos olhos, parecia que eu estava cem vezes mais sensível. Senti que o colchão mudou de posição e quase dei um coice no ar. O filho da puta estava saindo da cama??

– OU! – Eu berrei. – Celular a essa hora, cê tá de zoa? – Ele gargalhou de novo.

– Foi mal, foi mal! Eu só queria tirar uma foto.

– Vai tirar foto pra sujar a mão e depois vir me comer? Não senhor. Pode ficar quietinho aqui.

Eu o conhecia bem demais. Sempre com a cabeça em três mil lugares, era quase impossível fazer ele largar a porra celular, mesmo quando a gente estava transando. Eu estava vendada mas podia imaginar, os olhos de coruja indo do meu corpo para o teto, para a janela de volta para o meu corpo, como se o cérebro dele tivesse várias abas pelas quais ele conseguia passear.

– Tô te irritando, né? Desculpa. Juro que vai valer a pena.

Senti ele segurando meus quadris, roçando sua cueca contra a minha bunda, enquanto seus lábios procuravam a minha nuca. Ele segurou meu cabelo, puxou com força, e depois mordeu, chupou o suficiente para quase marcar, antes de descer a boca pela minha espinha, deixando um rastro de beijos molhados, meio desastrados, meio descoordenados, mas que causavam um choquezinho por dentro que quase me fazia saltar da cama.

De repente ele estava mordendo a minha bunda com tanta força que eu soltei um gemido de reclamação. Ele passou a língua pela marca que deixou em mim com os dentes, me fazendo estremecer. Depois, devagar, bem devagar, foi descendo a minha calcinha até os meus joelhos, ajeitando meus quadris para me deixar com a bunda bem empinada. Soltou um assobio e acertou um tapa com força. Daqueles que estalam.

Eu soltei um palavrão, sentindo minha boceta se contrair. Eu podia sentir que estava ficando cada vez mais melada. Tentei separar as pernas, soltar as mãos, qualquer coisa. Aí ele passou a língua, de uma vez só, do meu clítoris até o meu cóccix. Eu quase desmontei na cama, mas ele me segurou firme, me deixando toda aberta, enquanto continuava a me chupar. Era rápido, era grosseiro, mas eu sentia a excitação vinda dele. O tanto que o tesão deixava ele descontrolado. Isso me deixava maluca.

O entusiasmo, a criatividade. Transar com ele nunca era entediante. Ele sempre tinha alguma coisa nova propor. Sempre tinha uma brincadeira nova para experimentar. O sexo era o nosso laboratório, eu era o experimento particular dele. Ele sempre testava para saber o que ia me fazer gozar mais forte.

Fui perdendo a noção. Não estar enxergando deixou a experiência muito mais intensa. Eu me sentia totalmente à mercê da vontade dele. Parecia que meu corpo inteiro estava dormente, eu só sentia a boca dele me lambendo, me chupando, me mordendo. Ele continuou pelo que pareciam horas. Me deixava bem perto do clímax e depois parava, inúmeras vezes, quase me matando de tanto provocar.

Quase gozei tantas vezes que fiquei incapaz de articular uma frase coerente. Ele parou. Me colocou na posição exata que queria. E perguntou:

– Você quer que eu te coma?

– Quero. – Eu consegui dizer, estrangulada.

– Não, amor. – Ele disse baixinho, numa tom de voz que beirava a crueldade. – Eu quero que você me diga direitinho. Quero ouvir. – A boca dele estava na minha nuca de novo. Decidi fazer direito, que afinal, não sou nenhuma donzela.

– Me come, vai. – E para arrematar. – Por favor.

Ele bufou. Passou o pau pela minha boceta inteira, se lambuzando em mim. Me provocou assim mais um pouquinho até que – finalmente! – entrou dentro de mim. Mas só um pouquinho. Só a pontinha. Dava para sentir que ele estava batendo uma com a cabeça do pau dentro de mim e quase enlouqueci.

Depois, ele meteu de uma vez. Com força. E daí, não durou muito mais tempo. Ele me comia com força, sem cerimônia, sem enrolação. Segurou meu cabelo numa mão só na altura da nuca, torceu e puxou. Podia ouvir ele despejando uma torrente de palavras incoerentes no meu ouvido. Céus, era possível que ele não calava a boca nunca? Eu gritei bem alto quando gozei, e senti que ele gozou junto comigo.

Suspirei quando ele saiu de dentro de mim, mexendo os pulsos para pedir que ele me soltasse.

– Vontade de te deixar assim a noite inteira.

– Vai se fuder. – Eu resmunguei. Ele riu de novo. Finalmente soltou meus pulsos, tirou minha venda. Eu senti minha mãos formigando quando o sangue voltava a circular normalmente pelas pontinhas dos dedos. Pisquei os olhos para me acostumar com a claridade. E olhei para ele.

Ele tinha um sorriso de orelha a orelha. Me beijou, e me aninhou no seu peito.

Antes de pegarmos no sono, sussurrou que me amava.

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