Trago sua poesia de volta

Melancolia. 

Uma palavra que nos define tão bem.

Queria poder ter te visto só como quando nos conhecemos.

Alguém com olhos cor de pedra de sangue, pele dourada, e que me sutilizava como fazem os jovens, como já diria Alanis.

Mas foi mais do que isso. Muito mais. 

Voce foi um bálsamo para as minhas feridas. Uma árvore frondosa para me fazer sombra e me trazer abrigo quando eu mais precisei. 

Eu queria que você soubesse que poderia acordar mais mil dias com seus beijinhos estalados e seus carinhos preguiçosos, seus olhos de lince brilhando para me dar bom dia.

Eu queria ter conseguido aproveitar mais o seu toque, tentamos tanto nos entregar, queria ter sentido sofreguidão, febre, queria ter me despido a alma. 

Fizemos o que podíamos.

O que dava.

E foi muito.

Já sinto sua falta e você nem se foi.

Mas eu sei que é hora de soltar a sua mão e te deixar partir. O que não tem remédio, remediado está.

Vá levar seus olhos de pedra de sangue para brilhar em outras paragens e outros travesseiros.

Quando nos encontramos, eu estava tão perdida de mim, tão machucada, tão aterrorizada. Fiquei tanto tempo sem me encontrar.

Eu admito que me escondi na sua sombra, com medo da chuva e com medo do sol. Agora eu consigo ver, com clareza, qual foi seu propósito de volta.

Trazer minha poesia de volta.

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