Eu daria qualquer coisa para sentir outra vez aquela água gelada me fazendo tremer até os ossos, as algas se enroscando nas minhas pernas, aquele sol indeciso de maio, aquele céu azul de fazer doerem as vistas.
Mergulha comigo mais uma vez. Eu estou com medo mas quero me perder. Vem comigo de novo, toma a decisão por mim, enfrenta o desconhecido, seja meu porto seguro, minha companhia para os dias de sol. Escolha estar. Escolha ser por quem eu me apaixonei.
A sensação de nós dois caindo n’água é o caquinho mais brilhante deste mosaico colorido de memórias – algumas cheias de céu, tantas cheias de inferno.
Você foi.
Você quis.
Você decidiu por mim e por um minuto no bálsamo daquele dia de primavera, eu não tive medo de nada, de coisa alguma, de qualquer perigo que fosse.
Não bastasse a recessão de basicamente tudo, ao que parece minha geração também passa por uma RECESSÃO SEXUAL. Mas sérá que é isso mesmo? A gente anda fazendo menos sexo ou só anda fazendo sexo melhor que as gerações anteriores? Vem ver o vlog novo!
Bom, não é de hoje que eu digo que o vibrador é o melhor amigo de qualquer mulher. Na verdade, eu fiz até um vídeo mostrando toda a minha coleção de sex toys. Mas com a minha mais recente aquisição, o sugador clitoriano, meus amigos… Foi diferente.
Desde que esse produto surgiu no mercado que eu estava louca pra testar, mas o preço me desanimava. Isso porque o principal que achamos à venda, o Womanizer, sai por em média setenta euros. O negócio é que o estímulo clitoriano é para mim a melhor forma de sentir prazer, e a ideia de ter um brinquedinho que SUGA o meu clitóris como no sexo oral… Era bem tentadora.
Foi numa feliz coincidência do destino que encontrei o Satisfyer, um modelo mais em conta, por nada menos que METADE do preço normal. No fim, paguei vinte e cinco euros no meu numa promoção relâmpago. Como já estava de olho no estimulador clitoriano, quando vi a promoção não pensei duas vezes. E foi a melhor coisa que eu fiz.
Basicamente, a brincadeira é um estímulo que simula a sucção do clitóris. Eu sou bastante sensível, então fiquei com medo do negócio ser POTENTE DEMAIS pra mim, mas fiquei bem feliz com o resultado. O meu tem DEZ intensidades diferentes, mas eu só consigo ir até a segunda rs.
O estímulo é idêntico ao do sexo oral? Não. A real é que nenhum brinquedo pode substituir outra pessoa 100%, né? É parecido, mas diferente. Uma sensação nova. O grande diferencial, é que o brinquedo se concentra totalmente no clitóris, que afinal é o nosso principal órgão de prazer.
Mas e aí, o sugador clitoriano é tudo isso mesmo?
Bom… É. No último mês, todos os outros brinquedinhos ficaram obsoletos. Não, não é um milagre, óbvio que nada vai fazer você gozar baldes em segundos. Mas eu nunca tive orgasmos tão fortes e tão rapidamente com um brinquedo antes. E olha que como eu sou sensível, às vezes sou meio chata de agradar.
Segurando o cabo por cima, dá pra apoiar o Satisfyer na barriga e ter aquele orgasmo bem preguiçoso. O brinquedinho também é super fácil de usar no sexo com parceirxs, e é uma possibilidade ótima para ampliar as possibilidades nas transas.
Resumindo, o preço é salgado, é. Mas na minha opinião, vale a pena.
Eu estou em lua de mel com o meu sugador, não vou nem mentir. Foi o meu dinheiro mais bem investido em muito tempo. Digamos que já recebi o retorno do que eu paguei em (muitos) orgasmos!
A ciência não mente: Mulheres lésbicas têm mais orgasmos e vidas sexuais mais felizes que as héteros. Mas por que existe essa diferença? Os homens são tão ruins assim de cama?
A resposta é mais simples do que parece, e está na anatomia feminina.
Moro em Berlim há três anos, e a experiência de comprar a pílula do dia seguinte por aqui foi um tanto surpreendente e estressante, por isso resolvi compartilhar com vocês.
Como contei em alguns vlogs, tomei anticoncepcional por quase dez anos, e decidi parar logo que me mudei para a Alemanha. Estava sentindo que a pílula me fazia mal, e parei de tomá-la por uma decisão consciente. Foi uma das melhores decisões que eu já tomei, mas isso é assunto para outro post. Fato é, que por conta disso, nunca havia precisado tomar a pílula do dia seguinte enquanto morava no Brasil.
Mesmo assim, conhecia bem o procedimento, porque acompanhei amigas que precisaram do tal “plano B”. Então eu sempre tive na cabeça que era uma coisa muito simples; só chegar na farmácia, pedir, e comprar. A pílula do dia seguinte também é bem barata no Brasil. Morando aqui na Alemanha, eu tinha na minha cabeça que o processo seria igualmente – ou até mais simples. Mas tive uma grande surpresa quando precisei deste recurso de emergência.
Foi numa tarde de domingo, em silencioso desespero, que eu fui fazer a pesquisa. A camisinha tinha estourado na noite anterior e para piorar, eu estava justamente no meu dia fértil. Decidi que ia tomar a pílula do dia seguinte pela primeira vez, abri o Google para descobrir onde poderia comprar. E foi aí que eu vi que a coisa não é tão simples assim.
Na Alemanha, é preciso passar por uma entrevista para comprar a pílula do dia seguinte
A entrevista é uma coisa automática. Claro que é um pouco constrangedor, mas no meu caso, como já tinha lido a respeito, estava preparada. O farmacêutico me perguntou o motivo da necessidade da pílula do dia seguinte, se eu estava ciente de como funcionava, se eu já tinha tomado alguma vez antes e quando, meus hábitos em geral e meus hábitos sexuais, além de algumas perguntas sobre o histórico de saúde da minha família.
Depois de responder tudo, ele me explicou o funcionamento da pílula, me perguntou se eu entendia que era um procedimento emergencial e não podia ser usado como anticoncepcional regularmente, orientou que eu poderia ter efeitos colaterais, e me alertou que caso eu vomitasse nas próximas três horas iria precisar tomar outra vez.
Tomar a pílula foi uma experiência bem ruim, para ser sincera. Primeiro que eu não menstruei de cara como geralmente acontece – na verdade minha menstruação atrasou por dois meses, e eu fiquei totalmente paranoica que tinha engravidado mesmo as chances sendo pequenas. Depois que eu senti que ela deixou meu corpo super desregulado, e eu fiquei bem esquisita e indisposta por um tempão. É óbvio que a pílula do dia seguinte é um recurso que deve ser usado apenas em casos de emergência.
A pílula do dia seguinte é um recurso importante – mas como lidar com ele?
Essa história toda me deixou pensando muito. Afinal, o aborto é legalizado aqui na Alemanha, e na minha experiência pessoal, eu sinto muito mais igualdade de gênero no meu dia-a-dia do que no Brasil. Ainda assim, sinto que estamos mais avançados com a pílula do dia seguinte, mesmo a saúde reprodutiva da mulher sendo o maior tabu do mundo!
Dificultar o acesso é uma coisa boa? No fim das contas, a entrevista foi constrangedora porém indolor, e o farmacêutico me deu informações preciosas para eu poder administrar a pílula de maneira responsável e eficaz. MAS não podemos esquecer que eu estou em Berlim. A cidade mais liberal da Alemanha, de longe. O poder de negar a compra pode não significar muito aqui, uma das capitais do hedonismo do mundo, mas em cidades menores e redutos católicos, pode sim ser um problema.
Enfim, eu não tenho nenhuma conclusão sobre o assunto. Queria dividir minha experiência, para brasileirxs que precisem comprar a pílula do dia seguinte em terras germânicas saberem o que esperar. A melhor prevenção continua sendo sempre o uso do preservativo, mas que eu estou aliviada que a pílula do dia seguinte existe, ah, pode ter certeza que estou.
E no Brasil, com a criminalização do aborto, ela se torna mais importante ainda.
Para comemorar o mês da masturbação, resolvi abrir minha pequena coleção de brinquedos eróticos pra falar da parte boa de brincar a sós. Tem curiosidade de saber como funciona um anel peniano? Quer comprar um vibrador mas não sabe qual é o modelo pra você? E a luva erótica, como funciona? Só assistir pra saber!
Às vezes no meio da noite, eu desperto como se uma descarga elétrica tivesse me acordado. Minha cabeça começa a revirar; o peso das minhas decisões e das minhas dúvidas, minhas ansiedades em não saber o que vai ser no futuro, minhas ansiedades com as insatisfações do presente, querer muito sem nem saber se o que eu quero é possível. Vai tudo aumentando, aumentando, e eu fico sem ar, parece que eu vou sufocar.
Aí eu procuro a sua mão na escuridão do quarto e você entrelaça nossos dedos, me puxa pra perto, aperta meu corpo com força, me acerta um beijinho sonolento no ombro. E de repente, minha respiração volta ao normal. Fica tudo bem. Eu nunca podia imaginar que a presença de alguém pudesse me trazer tanta paz, sempre estive tão acostumada com afetos caóticos, e agora o calor do seu corpo junto do meu me estabiliza de novo. De repente o quarto escuro, silencioso, é uma ilhazinha, e nada lá fora importa. E bom, se eu não for boa o suficiente para o futuro ou para os meus sonhos, não me resta nada a enfrentar, a realidade tem sido muito áspera comigo, mas também tem sido muito gentil, amanhã é outro dia, o sol se põe cada vez mais tarde, eu estou bem.
Eu queria ser mais forte, queria ser mais corajosa, queria ser mais soberana, queria não ter a cabeça e o coração tão bagunçados, ser tão medrosa, me sentir tão fracassada, queria ser a melhor versão de mim o tempo todo, porque eu acho que você nunca vai saber, ou entender, o quanto você me faz feliz, e independente do que aconteça, você já mudou tudo pra melhor, pra sempre.
Não era pra ser piegas, escrever sobre você é tão difícil. É só que eu vivo tanto dentro da minha cabeça, minha imaginação pode ser muito violenta, minha insegurança pesa, mas tem momentos em que a vida me prova que ela pode ser extraordinária.
Seguindo a minha saga de procurar métodos mais baratos e eco friendly pra lidar com a minha menstruação, dessa vez eu testei as calcinhas absorventes, um passo além dos absorventes de pano. Será que deu certo, finalmente?
Recebo quase todos os dias mensagens de mulheres por causa do vlog que eu fiz esclarecendo dúvidas sobre o HPV. Geralmente, elas acabaram de receber o diagnóstico, estão confusas, desesperadas e com vergonha.
O vídeo que eu fiz tem informações muito básicas – que deveriam ser passadas pelos ginecologistas na hora do diagnóstico. Porém não é isso que acontece.
Isso é só um sintoma de um problema generalizado. Toda mulher tem uma história de horror de um ginecologista pra contar. Descaso, falta de informação, grosserias, abusos, slut-shaming… A lista é longa.
Numa sociedade em que a sexualidade feminina ainda é tabu, o consultório ginecológico deveria ser um oásis para mulheres discutirem sua saúde com informações precisas e longe de julgamentos. Mas não é o que a gente vê por aí.
No vlog dessa semana eu conto minhas histórias macabras de gineco pra levantar uma discussão sobre porque este atendimento fica cada vez mais precário.