A cena noturna de Berlim se tornou uma lenda – sexo, drogas e tecno, num ambiente de puro hedonismo. Mas o quanto disso é verdade, e o que significa ter tanta liberdade assim? Um pouquinho da minha experiência pessoal na cena de baladas de fetiche aqui em Berlim, e o quanto frequentá-las tem me feito repensar minha sexualidade.
Ficou curioso sobre as festas? Quer saber mais? Alguns links bons para se informar:
O meu segundo primeiro de maio aqui em Berlim foi ainda melhor do que o primeiro – apesar da data estar se tornando cada vez mais um festa e não um dia de protestos, é uma das grandes tradições em que todo mundo sai para a rua para ocupar cidade 🙂
Olá, pessoas! No vlog dessa semana, resolvi fazer um passeio pelo meu bairro aqui em Berlim, Schöneberg, para onde me mudei faz pouco mais de um ano. Pode não ser um dos bairros mais hypados daqui como Kreuzberg ou Neukölln, mas é cheio de cantinhos deliciosos, e eu cada vez mais me sinto em casa por aqui. Passei pelos meus lugares preferidos no vídeo, pra mostrar um pouco da minha rotina num dia preguiçoso de folga 🙂
A passagem do ano novo é uma das datas comemorativas mais sem limites na Alemanha. Tem álcool, tem frio e muitos, muitos, MUITOS fogos. Vem acompanhar comigo o meu segundo réveillon nessa cidade gelada.
Morei em São Paulo por oito anos; depois me mudei para Berlim. Apesar de ter ido embora, a cidade deixou uma marca muito profunda em mim. Agora, mais de um ano depois, voltei para passar uma semana e resolvi gravar um vlog mostrando como foi e contando como me senti.
A minha terra fica muito, muito longe. É preciso sair do continente, dobrar a esquina ali no Atlântico, e descer direto, até um cantinho do mundo em que você achou que já não tinha mais nada.
Só que ela está lá, e é imensa.
Tem prédios enormes, cheiro de peixe nas feiras, ondas que quebram com força na areia, fábricas que empoeiram o ar, música tocando em todos os lugares. Também tem rios mortos, dinheiro manchado de sangue circulando nas ruas, sereno misturado com medo assim que cai a noite.
Mas principalmente, tem gente. Muita gente, provavelmente muito mais do que você já viu na sua vida. Gente que acorda cedo e demora muito pra chegar no trabalho, gente que gosta mais de frio do que calor, gente que fica doente se o time perde, gente que prefere gato a cachorro, gente que fala uma língua só existe lá e que parece uma colcha de retalhos, cheia de meandros e pedacinhos e voltas pra dar conta de tanta ideia diferente. Tanta gente, que nasce, cresce, vive a vida inteira e você nem sabe. Você nem viu.
A minha terra, ela é um soco no peito, ela é um ferro em brasa, ela te atravessa e vai contigo pra todos os lugares, não te deixa esquecer. Eu posso estar aqui, posso me vestir como você, comer como você, beber como você, o tempo pode até apagar meu sotaque, você pode não imaginar. Mas lá no fundo, eu sei exatamente de onde eu vim, e isso me faz ser quem eu sou.
Depois de mais de um ano, estou de volta ao Brasil para rever família e amigos. Mas sempre é estranho quando a gente volta depois de tanto tempo fora, né? Em uma semana de terrinha teve amigos, Banda Uó, tucanos de verdade e muita, muita chuva.