Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência

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Passei cambaleando de levinho de volta ao salão, levando um susto quando o grupo sentado na mesa irrompeu em mais urros por causa do pôquer, jenga, ou sei lá que raios estavam jogando. Será que esse povo não cala a boca nunca? É como eu sempre digo, se as pessoas pudessem ouvir meu monólogo interno, eu não teria mais amigos.

Você está lá, sentado no sofá como te deixei, mastigando a bendita correntinha de novo. Que fixação oral essa sua hein, sorte minha. Já devia ter aprendido que essa história de beber sentado é perigosa, meu equilíbrio rateando. Foram vários shots, e infelizmente preciso admitir que você é mais resistente a álcool do que eu, de modo que meu cérebro já está enevoado e meus nervos pulsando um pouquinho mais do que deveriam com cada sensação.

A coisa é que você tem essa aura que me deixa irracional, e dá vontade de provocar só pra ver até onde você aguenta, até porque eu sei (e adoro) que o pavio é curto, então eu chego e me sento logo no seu colo porque a essa altura já está todo mundo bêbado mesmo e ninguém vai ligar. Você levanta as sobrancelhas que parecem ter vida própria de tão expressivas, e logo se alarga num sorriso que deixa a mostra todos os dentinhos muito brancos e retos, e eu juro, é K.O., sem chance de recuperação.

Você me enlaça pela cintura, os dedos dando a volta em mim inteira, e eu me inclino para te beijar. Você foge do beijo, a boca crispando e deixando o sorriso safado. Eu tento de novo, porque estou bêbada demais para sutilezas a essa altura. Você segura os dois lados do meu rosto, a expressão fica séria enquanto me encara com um olhar que parece que está derretendo até os meus ossos.

Quando a gente finalmente se beija, é aquela mistura de sensações que eu fico tentando encontrar uma descrição entre todas as minhas metáforas chiques. Cada segundo do seu beijo é como uma armadilha, você sabe exatamente como dar o próximo passo pra me deixar querendo sempre mais, minhas mãos apertando seus ombros porque se eu já não estivesse sentada provavelmente ia ter escorrido para o chão.

Os seus braços me seguram firme na cintura, e quando o beijo se parte você passa o dedão pelo meu lábio inferior antes de mordê-lo, e talvez as coisas fossem mais fáceis se você não fosse tão, tão venenosamente sexy, se o seu beijo não fosse tão aterrador, se o sorriso não fosse tão lindo, mas enfim, de que adianta tentar resistir numa batalha que eu já perdi.

Pressiono o meu corpo contra o seu, sua boca encontrando a alcinha da minha blusa para descê-la com os dentes, a língua contornando os traços da minha tatuagem no ombro. Estou toda arrepiada, tremendo no seu colo, e nessas horas é uma delícia ser assim em tamanho de bolso, dá a impressão que você consegue me tocar no corpo inteiro com as duas mãos, e que delícia é ficar com alguém que dá conta do recado, para variar.
Eu tensiono quando você segura meus cabelos altura na nuca, puxando com força para acessar a pele do meu pescoço. Um gemidinho involuntário escapa do fundo da minha garganta, sinto minha razão esvaindo com o tanto que eu te quero.

Deslizo o rosto pelos seus ombros, intoxicada com o cheiro do seu perfume, e olha que eu nem nunca gostei de perfume, subindo os lábios com beijinhos ébrios pela pele do seu pescoço.

– Não. – Você me segura pelos cabelos de novo. – Nada disso. É a regra, lembra?

Eu dou um miado de desaprovação.

– Ai mas que coisa, você é cheio de regras.

– Não pode. Se não eu não aguento, capaz de te comer aqui mesmo.

Porra, você não colabora com meu estado mental. Eu arranho a pele dos seus braços, grudando seu corpo no meu. Uma ideia doida se forma na minha cabeça, e eu já me animo, porque já diria minha melhor amiga, eu adoro péssimas ideias.

– Vem aqui comigo.

– Onde? – Céus, o sorriso de novo.

– No banheiro. Quer dizer. Eu vou primeiro, depois você vai. Ninguém vai notar.
Seus olhinhos castanhos brilham; não de medo, de intimidação, mas de antecipação. Nem uma hesitação, nem uma pergunta, nem um “pera-lá-você-é-louca-vamos-com-calma”.

– Tá bom. Dou um minuto e vou.

Meu deus, que resposta perfeita, que delícia de homem, em todos os sentidos. Delícia de beijo, delícia de corpo, delícia de risada, delícia de companhia.

Dessa vez eu devo ter perdido a noção, devo ter perdido o juízo de vez.

Quando a gente tranca a porta do banheiro, o mundo lá fora deixa de existir. A primeira coisa que eu faço é ir com a boca direto no seu pescoço, porque não gosto que me digam não. Finco os dentes, sugo, te marco, até que você segura meu rosto pelo queixo, olhando para mim com aquela expressão muito séria que eu aprendi a reconhecer como máxima excitação. Seu olhar é predatório, e eu sinto meu corpo tensionar com uma onda muito clara de tesão, mordendo o lábio inferior.

– Não. – Você torna a falar. – Não pode fazer isso. Não aguento. – Você puxa meu lábio para baixo com o dedão. Eu aproveito a oportunidade e deslizo meus lábios por ele, sugando, olhando nos seus olhos para te provar que não estou aqui pra brincadeira. Sua expressão se torna séria de novo. – Te odeio.

– Odeia nada.

Ajoelho na sua frente, desabotoando o cinto, te olhando e te desafiando a me mandar parar dessa vez. Só que você só se apoia na pia, uma mão encontrando a minha nuca.

Provocaria se a gente tivesse tempo, mas como é óbvio que não vai demorar para alguém ter que usar o banheiro com a quantidade de álcool sendo consumida, eu desço a calça jeans apertada e a cueca, e tomo o seu pau na boca.

Já me disseram que eu sou boa nisso, mas com você eu tenho certeza, porque na verdade eu poderia ficar horas te chupando. Vou o mais fundo que consigo, e você me empurra só um pouquinho. Adoro que você é gentil comigo sempre exceto nos momentos que não pedem gentileza, não me trata como se eu fosse quebrar.

O boquete é meio afoito e apressado, não tinha como ser de outro jeito. Até que você me segura de novo pelos cabelos (ok, vou precisar de uma hora pra desembaraçar todos os nós de novo) segurando seu pau pela base e deslizando pela minha boca e queixo. O ritmo desacelera, a conexão do nosso olhar tão intensa que é elétrica.

É como dizem, não existe nada mais sexy do que se sentir desejada.

Alguém bate na porta e nós dois nos sobressaltamos. Lembro de onde estou, de repente se dissolve a bolha em que a gente estava. Rimos de levinho.

– Já vai! – Eu me levanto, te masturbando de levinho enquanto a gente se beija. Você passa a língua pela minha boca, com um sorriso safado. – Vai ter que ficar pra depois.

Você arfa, sacudindo a cabeça.

– Você tá acabando comigo.

***
Nem lembro direito como passamos o resto da noite. Foi tudo um borrão. Acabamos durando muito na festa, os dois cheios de energia. Dançamos, bebemos, nos beijamos e esfregamos no sofá, nas paredes, na pista de dança, até deixarmos todo mundo com inveja da vontade que estávamos um do outro.

Entramos no quarto cambaleando, deixando as garrafas de cerveja quase vazias na mesinha. Eu tentei ir me apressando para a cama, mas você me puxou de volta pelo quadril, prendendo meus pulsos na porta, e me invadindo com mais um dos seus beijos.

Tento me soltar só pra te testar mesmo, e você me segura com mais força, mordendo meus lábios inchados. Depois, me pega no colo com facilidade para me levar para cama, só que acaba batendo com a cabeça no lustre no meio do caminho.

– De novo??

– Aff, eu vou arrancar esse negócio daqui amanhã.

– É você que é alto demais. – Caímos na cama e eu subo em cima de você, tentando arrancar sua blusa, enchendo seu rosto e pescoço de beijinhos. Nem estou me reconhecendo, nem sei que feitiço é esse que você colocou em mim, que eu ando avoada com a cabeça nas nuvens, como pode ser tão intenso e tão rápido, como foi acontecer isso agora, agora que eu finalmente me livrei da âncora que arrastava no pé pelos últimos dois anos, só pra cair direto na sua rede.

Você me joga de volta na cama, colocando o corpo sobre mim, as roupas sendo arrancadas com violência até os dois estarem nus, e o ritmo arrefecer novamente. Suas mãos apertam minha cintura, seu corpo ardendo em febre sobre o meu.

– Você é tão pequenininha. – O comentário sai sofrido. – Me deixa maluco. – Deixo escapar um gemido baixinho, e você se deita novamente, me puxando para o lado, uma mão descendo para a parte interna da minha coxa.

– Não, espera. – Eu faço menção de tirar a sua mão, e te explicar que sou sensível e complicada de agradar, e vai demorar até você saber fazer do jeito certo, e vamos deixar isso pra depois quando a gente se conhecer melhor, pra que perder tempo agora.

– Devagar, eu sei. Eu sei fazer, confia em mim.

Eu suspiro, relaxando, mas na verdade totalmente cética. Me preparo para ter que tirar sua mão dali logo, só que seus dedos deslizam por mim com a precisão exata, sem forçar.

Meus olhos se arregalam e eu solto um suspiro de surpresa.

O toque é perfeito, eu fico sem ar, afundando na cama, sentindo minha pele grudar de suor. O quarto está escuro, minha respiração está rasa, e eu me seguro nos lençóis. Abro as pernas involuntariamente, meus pensamentos dando um dó, nem quando eu me toco é bom desse jeito. Estou trêmula, sinto que vou explodir em mil pedacinhos a cada vez que você desliza os dedos por mim, a minha pele parecendo a ponto de desgrudar do meu corpo.

– Viu? – Você diz, a boca muito perto da minha. – Eu aprendi.

– Você aprendeu. – Eu confirmo com um sorriso meio tonto, gemendo logo em seguida.

– Eu sei como você gosta. Eu já te conheço.

Perco a noção do tempo, deixando você fazer mágica com as pontinhas dos dedos, gemendo alto no seu ouvido. Não sei se quero que você pare logo e se enfie de uma vez dentro de mim, ou se quero que você continue pra sempre, perdi completamente a capacidade de articular qualquer raciocínio.

– Eu… Ah! – Balbucio, tentando encontrar alguma coisa que faça sentido, porque eu quero que você saiba exatamente o que você está fazendo comigo. – É tão bom. – A frase sai num fio de voz. Você me beija de novo, terminando com daqueles beijinhos na pontinha do meu nariz, um sorriso orgulhoso e satisfeito nos lábios.

– Você está tão molhada. – E com este comentário você introduz um dedo em mim, depois o outro, apertando devagar contra o meu ponto G. Minha mão encontra o seu pau outra vez, apertando numa punheta descoordenada. Acho que perdi o controle dos meus braços.

Alcanço uma camisinha no criado-mudo, você me deixa virar para o lado, me segura firme pelos quadris, me penetrando daquele jeito impetuoso, sussurrando sacanagens engroladas no seu sotaque ao pé do meu ouvido.

Uma mão puxa meu cabelo com força na base da nuca, a outra me acerta um tapa forte na bunda, e eu peço mais, peço mais forte, quero estar toda dolorida e marcada amanhã. Cada vez que a gente transa supera a anterior, você parece um polvo se desdobrando para estimular meu corpo inteiro, a sensação de ter por dentro me fazendo ver estrelinhas.

Varamos a noite, sem conseguir parar, nos beijando e lambendo e chupando e tocando. Fomos dormir já ao amanhecer, vencidos pelo cansaço. Meu corpo estava doído, parecendo um trapo, quando você me puxou pra perto, me fez deitar no seu peito.

Abri os olhos e vi a rosa que você me deu no criado-mundo, a rosa que tinha me feito te notar, que tinha começado toda aquela loucura. Ela tinha desabrochado na água, estava vistosa e vermelha, e eu me perguntei meio grogue, se ela ia durar muito mais tempo antes de murchar.

 

Reencontro de faculdade – Parte 2

PRIMEIRA PARTE AQUI

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Quando eu entrei no quarto dos dois, tinha o mesmo cheiro do quarto da Marie que ela costumava dividir com duas amigas, na Aclimação. Tenho uma memória olfativa muito aguçada, é terrível, e tem gente que tem cheiros muito característicos. O da Marie era meio doce, porque ela sempre usava óleo de amêndoas, mas também tinha alguma outra coisa que eu não conseguia identificar.

Eu matei a caipirinha com um último gole, sorrindo meio nervosa para os dois ali na minha frente. Tá certo, não vou nem fingir que não tinha pensado em ficar mais uma vez com o Lucas e a Marie, e quando soube que os dois estavam juntos com os dois ao mesmo tempo (apesar de que esse sentimento apareceu depois do choque e do ciúme inevitáveis), mas era diferente estar ali realmente naquela posição.

– Alguém vai falar alguma coisa? – Pedi, levemente aflita. – Assim eu fico nervosa.

– Pra ser sincero, quem tem que estar nervoso aqui sou eu. Vou ter que dar conta das duas. É muita areia pro meu caminhãozinho. Muita pressão. Ninguém pensa no sofrimento dos homens.

Eu desatei a rir.

– Realmente, é de dar dó.

– Mas é claro! – Ele ajeitou os óculos, andando em direção a nós duas. – Muita expectativa da sociedade, uma covardia até, eu estar indo pra cama com as duas mulheres mais gostosas que eu já peguei, ao mesmo tempo. Tsc.

Eu corei. O Lucas sempre tinha sido daquele jeito, tímido, tímido, tímido, até que em algum momento soltava aquelas coisas inesperadas. Eu olhei pra Marie, como quem diz, “você tirou a sorte grande hein”, e ela me encarou de volta, os olhos dizendo “eu sei”.

Eu mordi meus lábios, suspirando pra afastar o nervosismo de vez e a beijei de novo. Naquela hora me doeu um pouco que a gente tivesse se afastado, que eu nunca tinha dito pra ela que eu admirava muito a mulher que ela tinha se tornado, e que ela tinha sido muito importante pra mim. Mas logo esses pensamentos nostálgicos foram empurrados da minha mente.

– Gente, desculpa meu comentário babaca, mas assim, cês tão realizando meu sonho do segundo ano de faculdade.

A Marie rolou os olhos.

– Você podia fazer algo de mais útil com a boca em vez de ficar falando besteira.

– Um bom ponto. – O Lucas concordou, dando de ombros e se aproximando. Ele colocou uma mão no rosto da Marie com carinho, e os dois trocaram um sorriso cúmplice antes do beijo. Assim, que casal. Eles eram lindos e mais lindos ainda juntos e a minha noite já estaria de bom tamanho se eu fosse só sentar e assistir. Quando eles se soltaram, o Lucas virou pra mim, colocou a mão livre na base da minha nuca e me encarou por um segundo, os olhos castanhos amendoados enormes por trás dos óculos grossos. Um pouco intimidante, um pouco hipnotizante. Talvez na mesma proporção.

Ele provocou um pouco, chegando bem perto e esfregando os lábios nos meus. A boca dele era vermelhinha e carnuda, os lábios curvados para baixo, e sempre foi a característica que eu mais gostava dele. Segurei os dois lados do seu queixo e finquei os dentes no lábio inferior, porque porra, fazia muito tempo que eu estava morrendo de vontade de fazer aquilo. Eu me lembro da sensação de beijá-lo pela primeira vez, de sentir que meus joelhos tinham virado geleia. E mesmo depois de tanto tempo, incrível, parecia que eu estava sentindo a mesma coisa.

Quando ele se afastou, eu ri baixinho porque os óculos dele estavam levemente embaçados. Ele acariciou meu lábio inferior de leve com o dedão, puxando a Marie para perto com a outra mão.  Ela esfregou os lábios nos nossos antes de me beijar de novo, aí o Lucas puxou o meu cabelo e mordeu o meu pescoço, e nossa. De repente eu lembrei que fazia bastante tempo desde minha última transa, tipo, bem mais tempo do que eu gostaria de admitir. Alguma coisa fez clique dentro de mim.

O amasso ficou bem mais desesperado de repente, um monte de mãos trôpegas tentando encontrar caminhos por entre roupas e corpos suados, toda a tensão da noite toda, o álcool, a adrenalina, agindo de uma vez só. Segurei a cinturinha da Marie, enquanto ela enfiou as mãos dentro do meu vestido de algodão para apertar a minha bunda. Puxei a blusa dela para cima, revelando um sutiã verde marca-texto (veja só, então a Marie que eu conhecia ainda dava sinais de vida) escondendo os seios perfeitos. Realmente, gostosa ela sempre tinha sido, mas o tal pilates e a dieta paleo e não sei mais o que estavam fazendo efeito, o corpo dela estava forte e definido, eu fiquei boquiaberta e me perguntei por talvez um segundo se eu não poderia de repente abandonar minha rotina de uma garrafa de vinho e um pedação de queijo por dia.

O Lucas finalmente tirou os óculos, colocando eles em cima da cama de maneira desajeitada, antes de sentar na beirada da cama e puxar nós duas (a Marie pelo cós do short) para o colo dele. Eu e ela trocamos olhares. Mas confesso que talvez se estivesse no lugar dele ia querer fazer o mesmo. Até pior.

Ele inclinou o torso um pouco para trás, apoiando-se nas mãos, eu e Marie uma em cada perna. Eu cheguei pertinho, fingi que ia beijá-lo por um tempo só pra torturar, até que Marie acabou com a brincadeira, mordendo meu lábio com força. Demos um beijo triplo e eu lembrava vagamente, bem vagamente, que já tínhamos feito aquilo antes em alguma festa embalados por muito Velho Barreiro, mas aquilo era completamente diferente. Depois, eu e Marie descemos beijinhos em cada lado do pescoço do Lucas – o que custa apreciar o menino um pouquinho – trocando olhares safados.

Ao mesmo tempo, fomos subindo as mãos devagar pelas coxas do Lucas, apertando sobre o short. Ele jogou a cabeça pra trás, respirando forte, as bochechas corando por debaixo das sardas, os olhos fechados fazendo os cílios muito compridos e pretos contrastarem com a pele muito branca. Um gemido gutural escapou quando eu e Marie apertamos o pênis dele por cima do short, e nós trocamos mais um olhar cúmplice. Provocamos por ali por um tempinho, até que eu desabotoei a braguilha e nós duas enfiamos a mão dentro da cueca do Lucas.

Ele gemeu alto, o quadril dando um espasmo.

Ok, definitivamente eu estava há tempo demais sem sexo.

Ele abriu os olhos, nublados de tesão, encarando a Marie, que respondeu com um sorriso. Os dois se beijaram de novo, e ela sussurrou alguma coisa no ouvido dele que eu não consegui escutar.

– Assim não vale, poxa. – Reclamei. Ela não respondeu, só arqueou as sobrancelhas com aquela expressão de quem está prestes a aprontar. Me beijou mais uma vez, com aquele beijo mandão de sempre, e desceu para se ajoelhar na minha frente. Eu fiz menção de falar alguma coisa, tentando entender o que se passava. O Lucas tirou minha mão da sua cueca (não sem antes fazer um biquinho), e me segurou pelo quadril para que eu me ajeitasse no seu colo e ficasse totalmente de frente para a Marie. Depois, segurou meus dois braços atrás das minhas costas, de forma de que fiquei imobilizada. Com a mão livre, ele puxou meu cabelo na altura da nuca. – Por que eu to achando que vocês já tinham combinado isso antes? Eu to sentindo que caí numa armadilha.

A Marie riu de lado, sacudindo os cabelos de novo e separando minhas pernas na altura dos joelhos. Depois, ela subiu o meu vestido até quase chegar na minha virilha, sem nunca deixar de encarar. Os olhos da Marie eram meio sobrenaturalmente grandes, cor de mel quase verdes, e dava pra contar as manchinhas nas íris dela. A Marie sempre olhava pra pessoas como se fosse engolir; seja de raiva, de alegria, de tesão, dificilmente ela dispensava indiferença a algo ou alguém. Nisso a gente sempre foi muito parecida, talvez uma razão de tantos embates de ideias anos atrás.

Enfim.

Ela mordeu a lateral do meu joelho esquerdo, subindo beijos molhados pelas minhas coxas. A sensação era um misto de cócegas e arrepio, eu me contorci no colo do Lucas, que continuava a me segurar bem firme. Quando ela tirou minha calcinha, eu já tinha fechado os olhos.

A Marie é do tipo de pessoa que nunca faz nada pela metade. Tudo dela tem que ser o melhor, e com o oral não poderia ser diferente. Nunca tinha esquecido das nossas noites intermináveis, transas que duravam horas a fio, como ela se empenhava em me fazer gozar três, quatro vezes. A habilidade continuava a mesma. Ela me chupava de maneira focada e intensa, e eu sentia minha respiração sair do controle, meu corpo começando a suar.

Sentia o pau do Lucas sob o short, e me esfregava nele de leve enquanto a Marie me chupava. Ele continuava me segurando firme, o que me enlouquecia mais ainda, mas em determinado momento me soltou, descendo as alças do meu vestido e sutiã para apertar os meus peitos. Uma das minhas mãos livres desceu imediatamente para puxar os cabelos da Marie, e a outra se esgueirou novamente para dentro da cueca do Lucas. Eu estava me sentindo totalmente exposta, pulsando, parecia que todos os nervos do meu corpo estavam na ponta da língua da Marie, e ouvir o Lucas gemendo no meu ouvido enquanto eu fazia uma punheta desajeitada estava a ponto de me enlouquecer.

Puxei os cabelos da Marie com força para ela subir, porque era a minha vez. Estava esbaforida e vermelha, completamente desmontada. Me virei para beijar o Lucas antes de levantar e empurrar a Marie para a cama, tirando o que me restava do vestido com pressa. Me livrei do short dela de uma vez, desabotoei o sutiã chamativo e me deitei sobre ela. Estávamos as duas agora só de calcinha, e eu podia sentir o olhar do Lucas sobre a gente, mas naquele momento só uma coisa importava. Eu precisava chupar a Marie de novo, e JÁ.

Tanto tempo gasto naquela fantasia, tantas vezes eu tinha gozado sozinha pensando naquilo, em descer minha língua por cada cantinho dela só mais uma vez. Eu lembro de chamá-la de “boceta de mel” só para irritá-la na época em que a gente estava junta, mas a brincadeira tinha um fundo de verdade. Eu separei as suas coxas e comecei a chupá-la.

Devagar, tentando lembrar cada truquezinho que ela gostava. Ouvia os seus gemidos e a respiração entrecortada do Lucas, caprichando o máximo que eu podia no oral. Fiquei por ali um bom tempo.

Até ela gozar.

Ela segurou meu cabelo com força, arqueando o corpo para frente, se esfregando em mim, como fazia antes. Depois, desmontou na cama. Eu olhei para o Lucas, uma mão dentro do short, a camiseta no chão, os olhos arregalados, a boca inchada. Arqueei uma sobrancelha com aquele olhar de “fica esperto porque se eu realmente quiser eu roubo sua mulher”, antes de me livrar da minha calcinha e me deitar sobre o corpo suado da Marie. Sorri na boca dela antes de a gente se beijar mais uma vez, puxando os quadris para cima para que a gente pudesse colar velcro como se deve.

Me esfreguei nela, o corpo inteiro pulsando, e ela me abraçou, grudou inteira em mim. Cada investida dos nossos quadris um contra o outro me fazia ver estrelinhas, parecia que mundo inteiro tinha sido reduzido a nós duas, eu nem conseguia mais ligar o cérebro pra pensar em nada.

Mas aí, de repente, junto com todo o estímulo, senti uma língua deslizando na minha entrada. Gritei de leve, tentando entender o que estava acontecendo, quando percebi que o Lucas tinha se ajoelhado na cama e estava chupando nós duas enquanto a gente se esfregava.

Meu corpo quase desligou a chave geral quando a ideia se formou na minha cabeça. Parei o beijo, gemendo no ombro da Marie que não parava de arranhar as minhas costas. O Lucas apertava a minha bunda, meu clitóris beijando o dela enquanto ele ia beijando nas duas, e quando ele enfiou dois dedos dentro de mim não durei muito, não deu.

Soquei colchão com o punho fechado, gemendo alto contra a pele da Marie. Ela sorriu para mim, gemendo baixinho com uma careta. Provavelmente o Lucas não tinha parado.

– Acho que eu quero gozar de novo. – Ela sussurrou.

– Ah, é? – Eu respondi sem ar.

– Correção. Acho que eu quero que você me faça gozar de novo.

Eu ri de leve, deitando de costas na cama. A Marie se levantou, puxou o Lucas pelos cabelos para um beijo desastrado. Depois me deu um dos travesseiros. Eu mordi o lábio, tentando não rir porque o nível de endorfina estava meio ridículo naquele momento, ajeitando o travesseiro sob a minha nuca.  A Marie ajeitou os cabelos, respirou fundo e se ajoelhou em cima do meu rosto, as mãos segurando firme na cabeceira de madeira atrás de mim.

Eu segurei os quadris dela, fechando os olhos e passando a língua devagar por toda a extensão da sua vulva. Ela gemeu alto. Eu sabia que ela estava muito sensível, e também muito molhada; encharcada na verdade. Saber o motivo daquilo fez a minha cabeça rodar. Comecei a sugar o clitóris dela de levinho, antes de passear com a língua por ela inteira outra vez. Ia demorar um pouquinho para ela gozar de novo, então eu ia ter que fazer tudo com delicadeza. Ela gemeu quando o Lucas fez alguma coisa que eu não vi, e aí senti as mãos dele nas minhas coxas.

Um dos dedos dele me penetrou, curvando dentro de mim. Eu gemi abafado, surpresa com o choque de desejo que percorreu todo o meu corpo. Ele começou a fazer movimentos circulares com o dedão no meu clitóris, pressionando meu ponto G por dentro, e eu tive me concentrar bastante para não me atrapalhar toda no que estava fazendo. Ouvi um pacote de camisinha sendo aberto e ok, na verdade aquela era ideia era incrível e quando ele segurou meu quadril e deslizou pra dentro de mim de uma vez só eu tive que parar um pouco para não gritar.

Desse ponto pra frente durou muito pouco; estávamos os três sensíveis demais, depois de tempo demais. Lucas me comia com força, imprimindo movimento aos quadris a cada investida, enquanto a Marie tensionava o corpo na minha língua. Os dois estavam se beijando, eu podia ouvir, e eu desci um dedo para complementar o estímulo, sentindo minha vulva inteira contrair.

O Lucas foi o primeiro a gozar, com a série de estocadas fortes que puxaram o meu orgasmo. A Marie não demorou muito mais, gemendo alto e se esfregando em mim a cada onda. Caímos os três na cama, cada um para um lado. Os três exaustos, cobertos de saliva, gozo, suor.

– Bom, acho que todos o nossos colegas ouviram a gente transar. – A Marie desatou a rir.

– No caso de nós duas, não seria a primeira vez.

– Não mesmo. – O Lucas confirmou. Ele tirou a camisinha e eu estava lutando para manter os olhos abertos depois de toda aquela maratona sexual. Ele beijou a Marie, preguiçoso, os dois sorrindo um para o outro, os olhos brilhando de amor. E naquela hora eu senti uma fisgada por dentro, eu estava tão acostumada a estar só há tanto tempo, era tão rotineiro e natural, mas eu me perguntei como seria, ter alguém pra me beijar daquele jeito, me olhar daquele jeito.

A Marie veio me fazer uma conchinha, beijando meu ombro de leve e sorrindo para mim. O Lucas me ajeitou na curva do seu ombro, empurrando os cabelos lisos para longe da testa suada. Eu olhei para as pernas da Marie, as minha e as dele, um degrade de tons.  Era como se misturassem café com leite o resultado fosse a cor da minha pele, e uau, eu devia estar chapada ainda e nem percebi.

Pensei em estar de volta na Europa, vendo as fotos dos dois nas redes sociais, na estrada que nos levaria de volta a São Paulo na noite seguinte, nas pessoas que nos tornávamos, e a minha cabeça pesou. Um banho seria uma boa, mas minha mente apagou antes. Dormimos os três enrolados uns nos outros, a chuva fina ainda caindo lá fora.

As buscas mais inusitadas dos leitores do blog

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Fonte: Gentequebusca

Que a Internet é terra de ninguém, a gente já sabe. Você digita um treco no Google, uma coisa leva a outra, e de repente está vendo se existem abacates que nascem sem caroço ou numa compilação de dez horas de vídeo de gato.

Nessa combinação louca de algoritimos e palavras-chave, os caminhos que nos guiam pela web são misteriosos. Mas para mim, que escrevo sobre erotismo, é mais divertido ainda checar os termos de busca que fazem os leitores pararem aqui. Muita coisa inesperada, engraçada, e até que serve de inspiração. Achei que seria uma boa dividir com vocês, que afinal são quem fazem meu blog ter sentido, e mostrar essa parte divertida de quem está do outro lado, criando conteúdo. Aproveitem!

“Eu quero vídeo de sexo com muita pimenta”

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Fonte: Giphy

Pode ficar à vontade, mas parcimônia na hora de escolher as partes do corpo para brincar. Pode ser bem mais ardido do que se imagina!

“Porque paulista detesta mineiro”

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Fonte: Giphy

Imagino que este mineiro curioso tenha vindo para cá por causa deste post. Mas os paulistas não detestam os mineiros, certo, abigos paulistas?

“pimenta citrica dicas para masturbar”

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Fonte: Giphy

Grata pela preferência. Volte sempre! 😀

“pq os homens pedem pra transar sem camisinha”

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Fonte: Giphy

Imagino que por causa deste puxão de orelha. E então, meninos, POR QUÊ????

“contos eróticos musica pop”

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Fonte: Giphy

Caramba, é uma ótima ideia, mas acho que seria mais ou menos uma fanfic.

“contos eroticos sexo com pimenta”

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Fonte: Giphy

Acho que a seção de busca está querendo me dizer alguma coisa… Provavelmente o tema do próximo continho.

“contos elas gostam de chupar e punheta”

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Fonte: Giphy

Isso é muito pessoal. Tem que perguntar para cada “ela”.

“contos eroticos torturei o pinguelo dela”

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Fonte: Giphy

Seja lá quem for você realmente espero que você não tenha feito isso!

“mohlar dormindo d calcinha mohlada d tesao”

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Fonte: Giphy

Digitando com uma mão só, né? Quem nunca ¯\_(ツ)_/¯

“contos porno nao sentia minhas pernas”

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Fonte: Giphy

Taí uma fantasia específica

“conto erótico signo de escorpiao raiva”

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Fonte: Giphy

Se tá na Internet é verdade.

“conto erótico hortelã”

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Fonte: Giphy

Que refrescante!

“conto erotico torturei ela com pimenta”

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Fonte: Giphy

Tortura obviamente está em alta.

É uma delícia ler as buscas pra mim porque a coisa mais gostosa da natureza do sexo é justamente se divertir com ele, sem levar as coisas a sério demais. A linha entre o sexy e o ridículo é tênue, e é melhor ainda quando as coisas se misturam. Espero que vocês continuem frequentando o blog como um espaço livre para loucuras sem julgamentos e que o Google traga muito mais leitores sedentos por putaria pra mim 😉